Como construir marca em tempos de pressa por resultados
Vivemos um tempo em que tudo acontece em velocidade exponencial.
Mercados, tecnologias, comportamentos...tudo muda tão rápido que, muitas vezes, falta o essencial: tempo para refletir, consolidar aprendizados e construir com consistência.
No meio desse turbilhão, há um desafio que ecoa em quase todas as conversas que tenho com outros profissionais de marketing: Como equilibrar a construção de marca com a pressão por resultados imediatos?
Branding ou performance? A falsa dicotomia
Em contextos de recursos limitados e metas cada vez mais agressivas, é comum ver o branding sendo empurrado para o fim da fila.
O raciocínio parece lógico: quando o caixa aperta, investir em construção de marca soa como luxo.
Mas a verdade é que sem marca, a venda de amanhã fica mais difícil — e mais cara.
Branding não é o oposto de performance. Ele é o que sustenta a performance no longo prazo. É o que faz o cliente lembrar da sua empresa quando ele não está pronto para comprar e confiar nela.
A construção de marca é o que mantém as luzes acesas quando a verba de mídia acaba. Mas a verdade é que o desafio de fazer as duas coisas ao mesmo tempo é grande.
Às vezes o mesmo profissional que lidera campanhas de geração de demanda, metas comerciais e entregas de curto prazo também é cobrado por estratégias de posicionamento, reputação e consistência de marca.
E é aí que mora o risco: sem tempo e sem espaço mental para planejar o futuro, o marketing vira apenas execução.
Criar valor de marca exige tempo para estudar o mercado, conversar com clientes, testar narrativas, ouvir o time comercial e ajustar o discurso da empresa até que ele se torne autêntico.
Marcas fortes não nascem de slogans inspiradores, mas de coerência entre discurso, entrega e experiência. E isso dá trabalho, é prática viva. Como trouxe em meu artigo anterior.
Um novo olhar dos executivos
Vejo um movimento positivo: cada vez mais fundadores e diretores entendem o valor estratégico do branding.
Mas, na prática, ainda falta investimento genuíno, análise de impacto e, principalmente, paciência. Branding é um ativo invisível — até o momento em que ele passa a fazer toda a diferença.
É o que faz o talento certo querer trabalhar na sua empresa.
É o que aumenta a taxa de conversão sem precisar subir o lance da campanha.
É o que transforma clientes em defensores da marca.
Mas isso não se mede em 30 dias. Leva tempo, consistência e coragem para sustentar o processo mesmo quando os resultados ainda não apareceram. Mas eles vão e devem aparecer.
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Talvez o maior desafio do marketing atual seja esse: resistir à pressa e confiar no processo. Em tempos de instantaneidade, construir marca é um ato de resistência e de visão estratégica.
Porque, no fim do dia, resultados rápidos mantêm a operação viva. Mas são as marcas fortes que mantêm o negócio relevante.
E você, acredita que é possível conciliar, de forma eficiente, as ações de posicionamento de marca com a geração de demanda?
Conte nos comentários, quero ouvir outras perspectivas de quem também vive esse equilíbrio todos os dias.


