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Liderança e Gestão

Liderança corajosa na prática: entre vulnerabilidade e firmeza

24 de outubro de 2025
Tempo de leitura: 5 min

Faz algumas semanas ouvi um episódio do “ReThinking with Adam Grant” em que Brené Brown fala sobre liderança corajosa. A conversa traz muitos elementos de pesquisa e conceitos bem estruturados, mas o que ficou comigo foi a clareza de como esse tema é atual e urgente para quem vive o dia a dia de empresas que crescem em alta velocidade. 

Brené reforça a ideia de que coragem não nasce como um traço fixo de personalidade, e sim como um conjunto de habilidades que podem ser aprendidas e praticadas. Essa visão muda completamente a forma como avaliamos líderes dentro das organizações.

Em Recursos Humanos, ainda escutamos com frequência que alguns gestores simplesmente “não têm perfil” para conversas difíceis ou para decisões que exigem firmeza. Se entendemos coragem como competência que pode ser desenvolvida, cada líder passa a ter a responsabilidade de aprender e evoluir nesse aspecto.

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Valores como bússola em decisões complexas

Quando Brené fala sobre valores, fica evidente que eles funcionam como um guia para decisões complexas. Na prática, empresas que apenas divulgam slogans ou frases motivacionais sem coerência entre discurso e comportamento perdem a confiança das pessoas muito rapidamente.

A cultura se sustenta quando os líderes demonstram esses valores em escolhas concretas, como quem as pessoas que promovem, e na forma como se dá um feedback construtivo ou até em que momento se coloca um limite.

Vulnerabilidade não é exposição excessiva

Outro ponto forte é a noção de vulnerabilidade. O episódio deixa claro que ser vulnerável não significa compartilhar tudo de forma indiscriminada. Trata-se de estar aberto para reconhecer incertezas, pedir apoio quando necessário e assumir erros sem mascará-los, mas também de entender quando é preciso encerrar a exposição e assumir clareza no direcionamento.

No bate-papo entre eles também é reforçado que confiança não pode ser tratada como um conceito abstrato. Brené utiliza o modelo BRAVING, que traduz confiança em comportamentos observáveis, como estabelecer limites, ser consistente, assumir responsabilidade, respeitar confidencialidade, agir com integridade, evitar julgamentos precipitados e praticar a generosidade.

Ao meu ver, isso se conecta muito com o que vemos em dados de engajamento: as pessoas raramente deixam uma empresa por causa de sua marca ou produto, mas saem porque no cotidiano a confiança foi quebrada. Líderes que mostram consistência e responsabilidade no dia a dia têm impacto muito maior do que aqueles que se apoiam apenas em discursos inspiradores.

Aprender a levantar: o erro como parte do crescimento

A reflexão que fica é que mesmo os líderes mais preparados podem fracassar em sistemas que recompensam o silêncio e o medo. A transformação não acontece apenas no nível individual, e não se resolve com treinamentos isolados de liderança. É preciso repensar os sistemas culturais que sustentam ou enfraquecem esse comportamento que consideramos corajoso.

Trazendo para a minha vivência, em diferentes experiências internacionais observei que as organizações que realmente permitem inovação são aquelas que encaram erros como parte do processo de aprendizagem.

Brené chama isso de “aprender a levantar”. Quando as pessoas têm espaço para falhar sem perder o senso de pertencimento, a organização cria o ambiente necessário para que novas ideias floresçam e para que os times assumam riscos criativos.

Em um cenário instável e imprevisível, liderar com coragem deixou de ser uma qualidade desejável para se tornar uma questão de sobrevivência. O podcast trouxe novas formas de linguagem e ótimos exemplos, mas a responsabilidade de aplicar esses aprendizados é nossa. Que cada um de nós construa ambientes onde a coragem seja um hábito coletivo, ensinada, praticada e reconhecida como parte do dia a dia.

E talvez a coragem comece com algo simples: a próxima conversa difícil que a gente está evitando.

Se você quiser se aprofundar mais, deixo aqui o link para o episódio completo dessa conversa no Spotify.

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