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Fluência tecnológica: o novo idioma do mercado de trabalho

26 de novembro de 2025
Tempo de leitura: 8 min

Na maior planta de produção de celulose do mundo, um operador de painel controla quilômetros de tubulações, válvulas e sensores. O que o diferencia não é a força física, nem a repetição das rotinas, é a capacidade de ler o comportamento dos dados, antecipar desvios e ajustar variáveis antes mesmo que o sistema de alerta o faça. Ele não se vê como “um profissional tech”. Mas tudo o que o torna excepcional é, na prática, pensamento de engenharia, análise preditiva e lógica computacional.

No andar corporativo de uma multinacional, um diretor comercial decide alterar a política de preços. No passado, essa decisão seria baseada em intuição e experiência.

Hoje, ele simula elasticidade de demanda, cruza dados de conversão e ciclo de venda, e testa cenários em um modelo de regressão simples. Ele não programa, mas raciocina em linguagem algorítmica, e isso muda a velocidade e a precisão da sua liderança.

Em outro prédio, uma gerente sênior de RH analisa um mapa de calor de rotatividade. Ela cruza os resultados com indicadores de clima e performance e identifica correlações entre engajamento e produtividade.

Sem jamais ter estudado ciência de dados, ela já fala esse idioma: pensa em probabilidades, lê dashboards como quem lê uma narrativa e interage com assistentes de IA para gerar hipóteses.

O RH, que antes era intuição e relações humanas, agora se tornou uma disciplina de evidência, inferência e decisão analítica.

Todos estão, sem perceber, falando uma nova língua

Nenhum desses profissionais se definiria como “tech”.

Mas todos operam dentro de um novo idioma cognitivo, em que a tomada de decisão é guiada por dados, lógica e experimentação.

A questão que está em jogo não é mais sobre “usar” tecnologia, mas sobre pensar tecnicamente, compreender estruturas e padrões, testar hipóteses e traduzir complexidade em clareza.

Há um século, medir a fluência em leitura e escrita era o passaporte para o mundo industrial.

Hoje, a fluência tecnológica é o novo alfabeto do trabalho, um código que atravessa áreas, cargos e fronteiras funcionais.

Quem não o domina, perde a capacidade de compreender o mundo em tempo real.

E se fosse possível medir essa fluência?

Aqui não me refiro a medir o quanto você “sabe de tecnologia”, mas sim o quanto o seu raciocínio se estrutura como o de quem domina tecnologia.

E se fosse possível capturar como você decompõe um problema, constrói hipóteses, identifica padrões e gera soluções novas?

E se essa medição não dependesse do seu cargo, mas da forma como você pensa, seja na fábrica, na diretoria ou em uma área de suporte ao negócio?

Esse é o ponto de partida do nosso assessment de habilidades tech.

Ele não mede familiaridade com ferramentas, mas sim a fluência cognitiva: a maneira como o pensamento se organiza em torno de lógica, dados e inferência, aquilo que diferencia quem opera tecnologia de quem pensa com tecnologia.

Três habilidades que medimos

Para endossar um pouco essa conversa, vou abrir aqui no detalhe três habilidades contidas no nosso estudo e que são auferidas em nosso Assessment de Tech por meio de agentes de IA e RAG.

1. Solução de Problemas

No mundo tech, resolver problemas não é apenas encontrar respostas, é estruturar perguntas.

A habilidade de decompor desafios complexos, identificar variáveis controláveis e testar hipóteses iterativamente é o que define maturidade cognitiva.

Nosso assessment analisa se o profissional consegue raciocinar em camadas: entender a origem do problema, formular hipóteses testáveis, avaliar evidências e mensurar impacto.

Em líderes, essa habilidade se manifesta como a capacidade de traduzir ambiguidade em decisão — não por instinto, mas por método.

2. Pensamento Matemático-Computacional

Essa habilidade une abstração, lógica e modelagem. Ela é o que diferencia o profissional que executa daquele que entende por que o sistema se comporta de determinada forma. É o alicerce de toda tomada de decisão que envolve sistemas, dados e previsibilidade.

Não se trata de saber programar, mas de raciocinar como um programador: perceber padrões, sequenciar operações, definir condições e prever comportamentos.

No assessment, avaliamos se a pessoa é capaz de transformar contextos ambíguos em representações estruturadas, com clareza, consistência e sentido lógico.

3. Dados & Inteligência Artificial

A fluência aqui não é técnica, é cognitiva.

Compreender o ciclo de dados, coleta, limpeza, análise, inferência, e saber interpretar o que um modelo de IA entrega é o novo diferencial competitivo.

Mais do que “usar IA”, trata-se de pensar IA: entender viés, acurácia, limites e potencial de aplicação.

Nosso assessment avalia se o profissional compreende relações causais, questiona as premissas de um dado, e sabe posicionar a inteligência artificial como ferramenta de decisão, não de automatização cega.

Essa habilidade reflete maturidade crítica: a capacidade de unir intuição humana e inferência algorítmica de forma estratégica.

O método RAG: quando avaliar é simular o pensamento

Para avaliar essas habilidades, utilizamos a arquitetura RAG (Retrieval-Augmented Generation), a mesma lógica que sustenta os modelos de IA mais avançados.

Em vez de medir respostas prontas, o assessment mede como o raciocínio se forma.

1. Recuperação (Retrieval): O sistema apresenta ao participante dados, cenários e informações reais. Isso garante que a avaliação comece com base em evidências — como acontece em decisões de negócio.

2. Augmentação (Augmentation): O participante interage com o conteúdo, relaciona contextos, ajusta hipóteses e amplia o raciocínio. Essa etapa revela sua capacidade de integrar múltiplas fontes de informação e navegar em complexidade.

3. Geração (Generation): Finalmente, ele produz uma resposta nova, contextualizada e autoral — uma síntese de compreensão, análise e criação. O que medimos aqui não é “certo ou errado”, mas nível de fluência técnica e cognitiva aplicada.

Essa metodologia nos permite capturar o que nenhum teste tradicional mede: a habilidade de pensar como quem constrói soluções.

De interpretar o mundo por meio de dados, lógica e experimentação — e, acima de tudo, de gerar pensamento original em ambientes orientados por IA.

A nova linha de base do profissional do futuro

Estamos vivendo o momento mais transversal da história das habilidades.

Assim como, um dia, a escrita transformou agricultores em administradores e o inglês transformou executivos em globais, a fluência tecnológica está transformando profissionais em solucionadores de sistemas.

A pergunta não é mais se você é tech. É: qual o seu nível de fluência no idioma do futuro?

Nosso assessment existe para responder a essa pergunta e, mais importante, para ajudar cada pessoa a transformar fluência em vantagem competitiva.

Porque, no futuro do trabalho, pensar com tecnologia será o que distingue quem acompanha a mudança de quem a desenha.

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