Agentes de IA: qual o papel do RH nesta revolução digital?
Recentemente precisei responder rapidamente algumas perguntas:
"Qual o cargo atual do João, qual o salário dele, quando entrou na empresa e quando ocorreu seu último reajuste salarial em comparação com o mercado?"
Algo simples, certo? Não exatamente.
Tive que acessar três sistemas diferentes (HRIS, sistema de remuneração e planilha salarial), consolidar as informações e só então responder.
Hoje, faço essa tarefa manualmente. Em breve, não mais.
Em poucos meses (entre 2 a 4), um agente de IA (Inteligência Artificial) será capaz de acessar automaticamente esses sistemas, preparar rapidamente um rascunho completo da resposta e mostrar claramente quais fontes consultou.
Meu papel?
Revisar brevemente e apertar o botão "enviar".
Mas diante desse cenário iminente, qual será exatamente o papel do RH na revolução dos agentes de IA?
Eu vejo quatro grandes ações práticas:
1. Conheça: Busque referências e faça benchmarks
Para quem está na liderança de RH, entender o papel da IA não é mais opcional. É uma questão de impacto direto nas decisões estratégicas de pessoas, cultura e desempenho organizacional.
Leia, assista, aprenda, busque benchmarks, tenha curiosidade sobre o assunto. Uma das maiores dificuldades em aprender algo é quando “não sei o que não sei”.
E para muita gente - eu me incluo - a jornada começa sem saber o que perguntar.
2. Experimente: agora!
Você não precisa saber programar, mas precisa se tornar um usuário avançado dessas ferramentas rapidamente.
Teste, pergunte, explore. Entenda benefícios reais, limitações práticas e implicações da tecnologia.
Quanto mais cedo você fizer isso, mais rápido entenderá como utilizá-la estrategicamente.
Estimule e desafie o seu time também!
Leia também: O papel do RH para uma comunicação eficaz e a alta performance organizacional
3. Simplifique
Ainda há desafios técnicos: integração via API, qualidade dos dados, segurança e acessos. Minha experiência é que, em geral, especialistas técnicos falam um idioma complicado demais.
O papel do RH é atuar como facilitador — simplificar, traduzir e garantir que qualquer pessoa na empresa consiga adotar essas ferramentas sem medo.
Crie manuais, passo a passo, desmistifique. Engaje. Faça esse descobrimento se tornar divertido.
4. Incentive: Promova experimentação ativa
Cada colaborador tem um ritmo próprio de adaptação tecnológica. Incentivar a experimentação ativa é papel do RH.
Promova hackathons internos, desafios, e até eventos no formato "Shark Tank", onde as pessoas possam competir amigavelmente, sugerindo e implementando soluções práticas com IA.
Esse tipo de iniciativa cria uma cultura dinâmica de aprendizado e inovação.
Vivencie o protagonismo digital
Em vez de se preocupar com empregos perdidos ou com a potencial futura irrelevância do RH, assuma o tema com protagonismo.
Este é o momento perfeito para liderar ativamente sua organização rumo a um futuro em que a IA não é ameaça, mas aliada estratégica.
A pergunta que fica é:
O quanto você e seu RH estão prontos para essa revolução?