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Recursos Humanos

IA no RH: o que já estamos fazendo na prática e por onde começar

23 de junho de 2025

Muito se tem falado sobre o potencial transformador da Inteligência Artificial (IA). Em 2024, em pesquisa feita pela Koru com mais de 170 líderes de RH, 57% das empresas brasileiras afirmaram ter planos concretos de investimento em tecnologia em todas as áreas, mas a verdade é que apenas uma minoria sabe como dar os primeiros passos com segurança.

Quando olhamos para o RH, a grande questão ainda é: por onde começar de forma responsável e eficaz? Neste artigo, compartilho o que temos aprendido na Koru, ao lado de dezenas de empresas e milhares de profissionais em formação, sobre como aplicar IA com profundidade e segurança no ecossistema de gestão de pessoas.

Modelos de operação e o papel dos dados no RH

Antes de falar sobre IA, precisamos falar sobre estrutura, processos e dados. A transformação digital não começa pela tecnologia, mas pela clareza de papéis, fluxos e responsabilidades. As empresas mais avançadas no uso de IA em RH adotaram um modelo de operação com três grandes pilares:

  • Business Partners, responsáveis pelo apoio estratégico às lideranças;
  • Lideranças, com papel ativo na gestão de suas equipes e resultados;
  • People Ops + Tech, que centralizam tecnologia, automação e gestão de produtos e serviços de RH.

Esse modelo permite uma atuação mais fluida, ágil e autônoma, em que colaboradores e gestores interagem com sistemas e ferramentas que simplificam o dia a dia, enquanto uma operação centralizada traduz essas interações em dados relevantes. Esses dados, quando bem estruturados, tornam-se a base para decisões mais inteligentes — e, naturalmente, para aplicações robustas de IA.

Maturidade analítica: passo a passo para adoção da IA

A aplicação da IA no RH exige uma jornada de maturidade em dados que deve ser respeitada — e ela costuma ser mais longa do que aparenta.

São cinco grandes etapas:

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  • Coleta e organização de dados: acessar dados brutos e históricos diretamente nas plataformas que geram as informações (ATS, folha, performance, treinamentos, etc.). 
  • Visualização de dados: transformar os dados em painéis de acompanhamento, relatórios e dashboards que apoiem a tomada de decisão. 
  • Gestão por exceção: deixar de acompanhar 100% das variáveis e passar a monitorar apenas o que foge do padrão (ex.: riscos de turnover, anomalias em banco de horas, salários congelados, etc.).
  • Análise avançada: cruzar dados internos e externos, construir modelos preditivos e simular cenários com técnicas de machine learning.
  • IA e aprendizado de máquina: utilizar modelos como LLMs, IA generativa e sistemas autônomos que recomendam ações, personalizam experiências e otimizam processos em tempo real.

Tentar usar IA sem ter domínio sobre as etapas anteriores — especialmente coleta e visualização — é como construir uma casa sem fundação. A tentação de pular etapas é grande, mas os riscos operacionais, legais e reputacionais são ainda maiores.

Exemplo de aplicação de IA com impacto

Na Koru, temos explorado a IA como ferramenta de aceleração do aprendizado e da eficiência operacional. Entre as aplicações em uso estão:

  • Sourcing ativo e triagem de candidatos: usando scrapers próprios para ler perfis no LinkedIn e cruzar com bancos de talentos e requisitos internos; 
  • Entrevistas one-way com interpretação automatizada: avaliando coerência, argumentação e perfil comportamental com base em algoritmos;
  • Mapeamento de habilidades e trilhas adaptativas de aprendizagem: como no case da Scania com a Koru, que permitiu personalizar o desenvolvimento com base nas lacunas reais de competências;
  • Benchmarks salariais automatizados: utilizando IA para alinhar métricas salariais ao mercado com maior assertividade e agilidade.

Esses são apenas alguns exemplos de como a IA pode ir além da automação e atuar na estratégia e no desenvolvimento humano.

Dilemas trazidos pela IA: vieses, regulação e medo

Junto com as oportunidades, a IA também traz dilemas profundos — e não podemos ignorá-los. A nova legislação brasileira em discussão (PL 2338/2023) classifica como IA de alto risco qualquer aplicação que interfira em decisões de vida ou carreira: seleção, promoção, remuneração e demissão.

Nesses casos, a IA não pode operar sozinha. Deve haver revisão humana, rastreabilidade de decisões e comitês de acompanhamento. Outro ponto crítico é o viés algorítmico.

Sistemas de IA aprendem com dados históricos e, portanto, podem repetir ou acentuar discriminações já existentes. Para mitigar esse risco, boas práticas incluem:

  • Remoção de atributos sensíveis da base (gênero, idade, localidade);
  • Auditorias internas regulares dos algoritmos e de seus resultados; 
  • Transparência no uso de assistentes virtuais, deixando claro quando é uma IA que está respondendo;
  • Monitoramento da experiência do usuário, com feedbacks após cada interação automatizada.

A preocupação é válida, mas o medo não deve paralisar. Deve orientar boas escolhas.

O papel do RH no futuro: protagonista, não espectador

RH não pode ser apenas usuário da IA. Deve ser desenhista do trabalho do futuro — como já fazem empresas que usam IA para redesenhar experiências, otimizar o desenvolvimento e redistribuir talentos com base em dados reais.

Cabe ao RH liderar essa transformação, promovendo impacto humano em cada decisão digital. É papel da área garantir que a transição tecnológica seja justa. Historicamente, inovações tecnológicas criam mais empregos do que eliminam, mas ampliam a desigualdade se não houver investimento em qualificação.

Por isso, mais do que automatizar processos, é preciso desenvolver pessoas. Isso exige intencionalidade, planejamento e coragem.

Conclusão: comece pequeno, mas comece certo

A dica final é: escolha um problema real, colete seus dados internos, comece pequeno, mas com qualidade. Se cada RH der um primeiro passo consciente hoje, estaremos mais perto de um futuro em que a tecnologia serve às pessoas, e não o contrário. A IA vai transformar o RH, mas ela é apenas meio.

O fim segue sendo o mesmo: colocar as pessoas no centro das decisões. Na Koru, seguimos ao lado das empresas que desejam fazer isso de forma inteligente, humana e responsável. Temos uma equipe qualificada e preparada para desenvolver treinamentos personalizados que preparam times de RH para essa transformação digital. Conheça as nossas soluções.

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