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Recursos Humanos

O que é People Analytics e porque é prioridade no RH Estratégico | Koru

22 de August de 2025

O que é People Analytics? Mais do que um termo da moda, essa prática representa uma transformação no papel do RH. Antes visto apenas como apoio administrativo, o setor hoje é chamado a atuar de forma estratégica, antecipando necessidades e conectando pessoas aos objetivos do negócio.

O desafio é que muitas empresas ainda enfrentam barreiras culturais e estruturais, enquanto o mundo do trabalho avança rapidamente com inteligência artificial, automação e uso massivo de dados. Quem não acompanha essa transição corre o risco de perder competitividade e manter o RH em um papel reativo.

A boa notícia é que já existem ferramentas e metodologias acessíveis que tornam a gestão de pessoas mais inteligente. Nesse cenário, o People Analytics deixa de ser tendência para se consolidar como prioridade estratégica. Neste artigo, você vai entender como funciona, seus benefícios práticos e por que é indispensável para o futuro do RH.

O que é People Analytics?

People Analytics é o uso de dados e análises estatísticas para apoiar a gestão de pessoas. Trata-se de aplicar inteligência a informações relacionadas a desempenho, engajamento, competências e comportamento dos colaboradores, transformando-as em insights estratégicos para a organização.

Sua origem está no avanço da ciência de dados e da transformação digital nas empresas. A diferença em relação ao RH tradicional é clara: enquanto este atua com base em percepções subjetivas e relatórios fragmentados, o RH orientado por dados utiliza métricas confiáveis para apoiar decisões que moldam o futuro do negócio.

Como o People Analytics funciona?

O People Analytics funciona como um processo de transformar dados de pessoas em informações estratégicas para a empresa. Na prática, ele começa pela:

  • Coleta e análise de dados de colaboradores: informações de desempenho, feedbacks, clima organizacional e até dados de produtividade.
  • Uso de indicadores e métricas de desempenho: turnover, absenteísmo, engajamento, taxa de retenção e performance.
  • Papel da tecnologia e ferramentas de análise: softwares especializados, dashboards interativos, automação e inteligência artificial permitem que os dados se transformem em insights acionáveis.

De acordo com o Book de Tendências RH 2025 (Koru em parceria com a Flash), 78% das empresas já planejam investir em tecnologia para suportar decisões mais inteligentes e estratégicas. Isso mostra que a digitalização não é mais opcional, mas um pré-requisito.

Para que serve o People Analytics?

O People Analytics serve para:

  • Apoiar decisões estratégicas: Em vez de confiar apenas na intuição, o RH usa dados concretos para guiar decisões sobre contratação, promoção e planejamento de sucessão.
  • Antecipar tendências e necessidades: Permite prever, por exemplo, quais funcionários estão em risco de sair da empresa ou quais times precisam de mais apoio em desenvolvimento de habilidades.
  • Melhorar recrutamento, retenção e engajamento: Ajuda a identificar os melhores canais de aquisição de talentos, entender os motivos do turnover e medir o impacto de ações de engajamento.

Segundo enquete realizada na comunidade Papo de Gente (Koru), que reúne mais de 2.000 lideranças de RH, a principal prioridade atual para melhora do setor (apontada por 31,3% dos respondentes) é adotar ferramentas digitais para reduzir tarefas manuais. Em seguida, aparecem a necessidade de melhorar o engajamento dos colaboradores (15,4%) e o suporte à liderança (14,9%).

Esses números mostram que o People Analytics é uma necessidade latente para a área, pois capacita o RH a atuar de forma mais estratégica.

Benefícios do People Analytics

O uso do People Analytics transforma o RH de uma área reativa para uma área estratégica, gerando valor real para a empresa. Seus principais benefícios são:

  • Tomada de decisão baseada em evidências: Ao invés de se basear em intuição, o People Analytics fornece dados sólidos para sustentar as decisões. Isso evita "achismos" e garante que as escolhas sobre contratações, promoções ou treinamento sejam mais precisas e com maior chance de sucesso.
  • Redução de custos e aumento de eficiência: A análise de dados permite automatizar processos manuais e identificar gargalos. Isso reduz retrabalho, otimiza o uso de recursos e direciona o foco da equipe de RH para iniciativas mais estratégicas.
  • Melhoria na experiência do colaborador: Ao analisar dados de engajamento, satisfação e produtividade, é possível identificar os fatores que realmente impactam a experiência do time. Com esses insights, a empresa pode criar ações mais eficazes para manter os colaboradores motivados e satisfeitos.
  • Apoio à gestão de talentos: O People Analytics ajuda a mapear competências, identificar lacunas de habilidades e prever quem pode ser um futuro líder. É uma ferramenta essencial para o planejamento de sucessão e para o desenvolvimento de talentos internos.

Como aplicar o People Analytics

Para extrair o máximo do People Analytics, a implementação deve ser feita de forma estratégica e integrada. A chave não é apenas coletar dados, mas saber como usá-los para guiar as decisões e a cultura da empresa.

Confira algumas dicas para aplicá-lo com sucesso:

Definição de objetivos claros

Antes de coletar qualquer dado, é crucial saber o que você quer resolver. Comece com uma pergunta de negócio clara. Por exemplo, em vez de "Vamos analisar o turnover", pergunte: "Por que a rotatividade na equipe de vendas é tão alta?" ou "Quais fatores levam nossos melhores talentos a saírem da empresa?".

Estabeleça quais problemas precisam ser solucionados e quais resultados são esperados para guiar toda a análise. A clareza no objetivo evita esforços dispersos e garante que o People Analytics gere insights acionáveis.

Escolha das métricas certas

Os indicadores devem estar alinhados à estratégia da empresa. Não adianta coletar dados que não se conectam com o seu objetivo. Se o seu problema é a rotatividade, as métricas-chave podem ser:

  • Taxa de turnover por departamento, por líder e por tempo de empresa.
  • Tempo de permanência dos funcionários.
  • Resultados das pesquisas de saída.

Outros exemplos incluem o tempo médio de contratação (para avaliar a eficiência do recrutamento) ou o índice de engajamento (para entender o clima da equipe). A combinação desses indicadores, quando analisados em conjunto, conta uma história completa e dá uma direção clara para a ação.

Uso de tecnologia e ferramentas adequadas

A digitalização é o alicerce do People Analytics. Segundo o estudo HR Innovation 2025 (Ahgora by Totvs), quase um terço dos profissionais de RH no Brasil ainda não utiliza softwares especializados para gestão de pessoas, o que mostra o enorme espaço para avanço.

Ferramentas adequadas de RH (HRIS), sistemas de folha de pagamento e até plataformas de pesquisa de clima são essenciais para coletar, organizar e visualizar dados de forma eficiente, permitindo que o RH passe menos tempo com planilhas e mais tempo com a análise.

Integração entre áreas da empresa

O valor do People Analytics cresce exponencialmente quando a análise de pessoas se conecta à estratégia de todas as outras áreas.

O RH não pode operar em uma bolha. Por exemplo, a análise de turnover de uma equipe de vendas se torna muito mais poderosa quando correlacionada com os dados de desempenho de vendas daquele time.

Isso pode revelar que o alto turnover está ligado a metas agressivas, a um líder específico ou a uma falta de treinamento adequado, oferecendo um insight estratégico para toda a empresa.

Capacitação da equipe de RH

Para que a área de Pessoas se torne de fato estratégica, ela precisa de profissionais que entendam de dados. A consultoria McKinsey reforça que empresas que colocarem dados e Inteligência Artificial no centro da estratégia serão líderes até 2030.

No entanto, para chegar lá, é preciso investir em líderes e especialistas de RH que sejam fluentes em dados, capazes de interpretar informações, fazer perguntas inteligentes, comunicar insights de forma clara e, o mais importante, agir com uma visão ética e estratégica. Essa capacitação transforma o RH em um parceiro de negócio fundamental, capaz de guiar a empresa para o sucesso.

Quais são os tipos de People Analytics?

O People Analytics não se resume a uma única forma de análise. Ele se divide em quatro tipos que, juntos, formam uma jornada completa: desde a compreensão do passado até a previsão e ação no futuro.

Descritivo

É o ponto de partida. A análise descritiva responde à pergunta "O que aconteceu?". Ela se baseia em dados históricos para mostrar um panorama do cenário atual.

Por exemplo, você pode usar a análise descritiva para saber a taxa de turnover da sua empresa no último ano, o tempo médio de permanência dos funcionários ou a média de horas extras por departamento.

Diagnóstico

Depois de saber "o que aconteceu", é preciso entender "por que isso aconteceu". A análise diagnóstica explora as causas de um evento, correlacionando diferentes dados.

Por exemplo, ao identificar uma alta taxa de turnover (análise descritiva), a análise diagnóstica pode revelar que a maioria das saídas ocorreu em uma equipe específica liderada por um gestor em particular, indicando que o problema pode estar na liderança.

Preditivo

Com base em dados históricos, a análise preditiva responde à pergunta "O que pode acontecer?". Ela usa modelos estatísticos e algoritmos para prever cenários futuros.

Um exemplo clássico é o uso de dados de engajamento, desempenho e tempo de empresa para calcular o risco de um colaborador sair da organização nos próximos meses. Essa análise permite que o RH aja de forma proativa para reter talentos.

Prescritivo

É o nível mais avançado e poderoso. A análise prescritiva vai além da previsão e responde à pergunta "O que devemos fazer?".

Ela não apenas aponta um problema e sua causa, mas também sugere as ações mais eficazes para resolvê-lo.

Por exemplo, se a análise preditiva mostra que um grupo de talentos está em alto risco de sair, a análise prescritiva pode indicar que a melhor ação é oferecer um plano de desenvolvimento ou uma oportunidade de promoção a esses colaboradores.

Ao dominar esses quatro tipos de análise, o RH deixa de ser uma área reativa e se torna um parceiro estratégico fundamental para o futuro do negócio.

A seguir, uma tabela com o resumo dos tipos e suas características: 

Tipo de análise 

Pergunta que responde 

Objetivo principal 

Exemplo prático 

Análise Descritiva 

O que aconteceu? 

Mostrar um panorama do cenário atual com base em dados históricos. 

Identificar a taxa de turnover do último ano ou o tempo médio de permanência dos colaboradores. 

Análise Diagnóstica 

Por que isso aconteceu? 

Explorar as causas dos eventos e encontrar correlações entre dados. 

Descobrir que a alta taxa de turnover está concentrada em uma equipe com problemas de liderança. 

Análise Preditiva 

O que pode acontecer? 

Prever cenários futuros a partir de dados históricos e algoritmos. 

Calcular o risco de um colaborador deixar a empresa nos próximos meses. 

Análise Prescritiva 

O que devemos fazer? 

Indicar as melhores ações para resolver problemas ou aproveitar oportunidades. 

Sugerir oferecer plano de desenvolvimento ou promoção para reter talentos em risco de saída. 

Exemplos de People Analytics

Confira alguns exemplos conhecidos:

1- Google e o projeto Oxigênio

O Google é um dos maiores nomes quando se fala em People Analytics. O famoso "Projeto Oxigênio" foi uma iniciativa para descobrir o que tornava um líder excelente. Em vez de apenas confiar em opiniões, o Google analisou dados de avaliações de desempenho, pesquisas de clima e feedbacks de equipes para identificar os comportamentos que faziam a diferença.

A análise revelou que os melhores líderes não eram aqueles com maior conhecimento técnico, mas sim os que atuavam como coaches, se preocupavam com o bem-estar da equipe e promoviam a autonomia.

Com esses dados, o Google redesenhou seus programas de desenvolvimento de liderança e treinamento, criando líderes mais humanos e eficazes.

2 - Blip: IA melhora clima organizacional

A Blip enfrentava problemas de retenção em uma de suas áreas, mas as métricas tradicionais, como o NPS, não explicavam o motivo. A solução foi usar a Inteligência Artificial (IA) para ir além dos números e analisar os comentários abertos da pesquisa de clima.

A diretora de Talent Management da Blip, Marilia Tosetto, diz que a IA foi usada para fazer uma leitura semântica de mais de 8 mil comentários, identificando sentimentos por tema. Inicialmente, a análise de bigramas apontou "trabalho remoto" como principal ponto negativo. No entanto, uma análise contextual mais profunda, também com o auxílio da IA, revelou que o problema não era o trabalho remoto em si, mas sim o medo de perdê-lo.

Confira mais sobre o case neste artigo.

Dados precisam estar alinhados a estratégia do negócio

Gustavo Katz, Executive Manager of People Analytics and Performance na Cielo, compartilhou em uma live na comunidade Papo de Gente um case que ilustra perfeitamente essa jornada. No início de sua experiência com a análise de dados de RH, ele liderou um projeto para criar um modelo preditivo de turnover, tecnicamente excelente e com alta precisão.

No entanto, o projeto foi engavetado. O motivo? Embora a rotatividade fosse uma dor latente, naquele momento, não era a prioridade da empresa. O caso de Gustavo ilustra uma lição fundamental: sem propósito e conexão com as prioridades do negócio, até a melhor solução pode ser irrelevante.

Meses depois, quando o mercado aqueceu e a retenção se tornou uma dor aguda, o projeto foi reativado com um novo formato e timing correto, mostrando-se essencial para a empresa. A história de Gustavo reforça que o sucesso do People Analytics não está na sofisticação do algoritmo, mas na relevância e na capacidade de gerar valor para quem toma as decisões.

Confira mais sobre o case neste artigo.

Como People Analytics torna o RH mais estratégico

Para que o RH se posicione como um parceiro estratégico, ele precisa ir além da intuição e do operacional. O People Analytics oferece o caminho para essa transformação, permitindo que a área tome decisões baseadas em dados, preveja cenários futuros e atue de forma proativa para impulsionar a estratégia de negócio.

No cenário atual, dominar o People Analytics e a Inteligência Artificial é o grande diferencial. Como a maioria dos profissionais de RH ainda não explora o potencial máximo dessas ferramentas, você tem a oportunidade de se destacar e liderar a revolução dos dados.

A Imersão RH Estratégico da Koru foi desenhada justamente para essa virada de chave, preparando você para atuar de forma mais estratégica e com resultados alinhados ao mercado. Fale com nossos consultores!

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