Como Formar Times com Pensamento Analítico | Koru
Sete em cada 10 empresas consideram o pensamento analítico uma competência essencial para 2025 e essa continua sendo a habilidade central mais procurada pelos empregadores de acordo com o Future of Jobs Report 2025, do Fórum Econômico Mundial.
Em um mercado onde as mudanças são cada vez mais rápidas e os dados estão cada vez mais acessíveis, as decisões precisam ser mais assertivas. Confiar apenas na intuição já não é suficiente.
O pensamento analítico vai além de “analisar planilhas” e ter acesso a grandes volumes de dados. É a capacidade de decompor problemas complexos em partes menores, analisar situações e informações de forma detalhada, identificar padrões e conexões, formular hipóteses e interpretar resultados.
Ele adiciona a dimensão de dados ao conhecimento tácito, funcionando como uma ferramenta complementar para compreender problemas com profundidade, reduzir incertezas e aumentar a assertividade nas tomadas de decisão.
Transformar dados em decisões estratégicas é ponto de virada para as organizações, e isso exige times com forte pensamento analítico.
E formar um time analítico não envolve apenas contratar profissionais da área de dados e tecnologia, mas sim criar um ecossistema onde todos utilizem dados para guiar suas ações.
Afinal, seja no marketing, na área operacional, no financeiro ou no RH, em algum momento os dados estarão ali presentes.
Existem 4 pilares habilitadores da extração de valor dos dados em uma organização:
- Estratégia: os dados precisam estar a serviço do negócio, - os funcionários precisam saber quais dados existem, como são usados e por que são importantes para a estratégia da empresa.
- Infraestrutura tecnológica: sem base tecnológica não há consistência, nem velocidade. É preciso ter boa segurança e governança dos dados, além da integração deles a plataformas acessíveis como ferramentas de BI e repositórios bem organizados.
- Cultura: além da integração do uso de dados em todos os níveis da organização e a colaboração entre áreas para solucionar problemas, é preciso promover um ambiente seguro para que os colaboradores se sintam confortáveis em fazer perguntas, dar opiniões e explorar hipóteses.
- Estrutura organizacional: é preciso oferecer um conjunto de práticas e mentalidades organizacionais que promovam o uso de dados para orientar decisões. Um exemplo de como isso pode ser feito é investir na capacitação dos funcionários em habilidades analíticas ou recompensar uso de insights fundamentados em dados.
Onboarding como alavanca para a mentalidade analítica
Considerando que o primeiro contato de um novo colaborador com a cultura da empresa define muito sobre o seu engajamento futuro, se o pensamento analítico não for apresentado logo no início, dificilmente será prioridade depois.
Dessa forma, o onboarding pode ser utilizado como alavanca para que a mentalidade analítica não seja exclusiva de um departamento, mas parte da identidade da organização.
Nesse momento pode-se apresentar a estratégia de dados da empresa, direcionar treinamentos e, até mesmo, a inclusão do novo entrante a mentorias ao estilo “irmão mais velho” onde colaboradores mais experientes são os disseminadores da mentalidade analítica.
Mas, para que o pensamento analítico floresça de fato entre os colaboradores, não basta fornecer infraestrutura tecnológica e acesso a dados. É preciso implementar uma cultura orientada a dados (data-driven), promover letramento e fornecer recursos para que os times sejam capazes de analisar dados e informações.
Caso contrário, investimentos em infraestrutura, ferramentas de BI, IA e automatizações serão subutilizados, ou até mesmo jogados fora.
Um funcionário de marketing letrado em dados e munido do pensamento analítico, pode analisar os resultados de uma campanha e identificar quais canais estão gerando o menor retorno sobre o investimento e ajustar a estratégia com base nesses insights.
Sem o letramento, o profissional poderia ter acesso a milhares de dashboards e ainda assim não conseguir tirar insights ou tomar decisões com base nos dados a sua disposição.
Para além de letramentos e incentivos ao lifelong learning, delegar responsabilidades desafiadoras aos colaboradores é uma maneira eficaz de estimular o pensamento analítico no dia a dia.
Ao serem colocados diante de problemas complexos, convidados a construir processos ou assumir desafios, os colaboradores são incentivados a sair do automático, investigar causas, propor hipóteses, analisar informações e buscar soluções mais robustas.
Cultivar o pensamento analítico é estimular que a organização enxergue além do óbvio
No fim, o pensamento analítico permite antecipar riscos e aproveitar oportunidades com precisão. Em um cenário em que os dados se tornam cada vez mais abundantes, o diferencial está em transformá-los em conhecimento acionável. Empresas que conseguem fazer disso um hábito diário — e não apenas um projeto pontual — constroem uma vantagem ao combinarem informação, reflexão crítica e ação estratégica de forma consistente.