Escola Korú

O CHATGPT ainda não venceu. Cultura centralizada em pessoas

Simon Sinek já dizia: “100% dos clientes são pessoas. 100% dos funcionários são pessoas. Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios.”

Não acho que isto vá mudar nem por conta de inteligência artificial e nem por conta de qualquer outra tecnologia que venha a surgir. Toda e qualquer tecnologia serve às pessoas e assim sempre será.

Uso esta citação porque, por vezes, fico meio embasbacado com culturas e empresas que colocam as pessoas em segundo plano. Por “às vezes” entenda-se “muitas vezes”, dado que os quadros nas paredes dos escritórios e as postagens de Linkedin sempre nos surpreendem com uma infinidade de bordões corporativos sobre resultado, metas, sangue, suor e lágrimas.

Entendo perfeitamente a necessidade do resultado e ela é indissociável do bem-estar das pessoas. Impossível preservar qualquer cultura sem que as organizações sejam sustentáveis mas, o ponto importante aqui, é qual o caminho para se chegar a um resultado de respeito e, digo mais, a uma organização que dure décadas ou centenas de anos. 

Qualquer gestor que não entende que isto só se conquista por meio de uma cultura centrada em pessoas tem seus dias de gestor limitados a algo muito menor.

Um estudo da Mckinsey baseado em um trabalho realizado com a Coca Cola, e posteriormente pesquisado com outras organizações, comparou os efeitos de empresas que incluem a saúde das pessoas e, portanto, da organização em seus planejamentos estratégicos versus as que não o fazem. O resultado é gritante, como mostra o gráfico abaixo sobre os retornos dos setores pesquisados:

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Poderia incluir aqui outras pesquisas e dados, mas prefiro me debruçar no que de fato pode centrar a atuação de uma empresa em pessoas em cinco passos que considero fundamentais.

  1. Ao desenhar um negócio, comece pela cultura: uma cultura bem definida vai delinear para as pessoas de dentro e de fora da organização sob qual ótica aquela empresa toma decisões e entrega seus produtos e serviços. Incluir aspectos de pessoas nesta cultura já é um passo inicial poderoso.
  2. Entenda onde estão suas lacunas: obviamente, toda cultura e toda estratégia são projeções de intenções. Em nenhum caso tudo aquilo já é verdade ou já foi conquistado e isto é absolutamente normal. Sabendo disto, quais são aqueles 20% ou 30% de coisas que precisam ser feitas para o negócio e para as pessoas para se conquistar os sonhos atuais da sua organização. Pense sempre que há habilidades a serem desenvolvidas, mas também há a necessidade de que todos saibam para onde o negócio vai. Sem isso não se chega a lugar nenhum. Não é só sobre subir as vendas em X%, mas sobre quão preparadas e cuidadas estão as pessoas que vão vender e sobre quão diverso e recheado de experiências é este time.
  3. Monte uma empresa-escola: sua organização tem todo o conhecimento necessário para alcançar os objetivos de negócio? As pessoas sabem quais comportamentos são os mais importantes dentro da sua cultura? Aqui é o momento de valorizar quem já construiu referência para os demais dentro do negócio, mas também de se transformar numa empresa que suporta o desenvolvimento das pessoas. Ser uma empresa que aprende e que distribui conhecimento é absolutamente fundamental para qualquer negócio que prospera hoje em dia.
  4. Cuide das suas lideranças: uma empresa sem lideranças empoderadas é uma empresa sem alma. Não há cultura nem estratégia que pare de pé se as lideranças não são cuidadas, valorizadas e reconhecidas. São estas as pessoas que traduzem os planos para o dia a dia e garantem que tudo vai acontecer conforme o planejado e, para além disso, são elas que dão suporte e cuidam do restante do time. Missão hercúlea e que precisa de suporte e carinho e que também precisa de representatividade: um time diverso precisa contar com líderes diversos e não há como montar uma boa estratégia de liderança sem pensar nisto.
  5. Reconheça e valorize: há inúmeras formas de fazer isso e passam por remunerar adequadamente, oferecer oportunidades de carreira, comunicar as conquistas de pessoas e de grupos e deixar o espaço aberto para que todos se manifestem. Este último ponto é fundamental, pois ser ouvido é também parte indissociável de se sentir reconhecido.

É claro que há muito mais a ser feito e obviamente cada um dos tópicos acima merece um nível de detalhes infinitamente maior, mas, se há algo que espero que todas as pessoas levem deste texto é: pense nas pessoas mais do que você pensa em negócios. Existe uma relação de causa e efeito e negócios bem-sucedidos são o efeito causado por pessoas bem cuidadas e respeitadas.

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