Quando a agilidade é citada, inevitavelmente chega-se ao Scrum. Isso não é à toa: esse framework ágil está entre os mais utilizados pelas organizações.
O Scrum foi desenvolvido e é atualizado por Jeff Sutherland e Ken Schwaber, com base no empirismo e no lean thinking, ou seja, o aprendizado por meio da experiência e da redução de desperdício e foco no essencial.
“Scrum é um framework leve que ajuda pessoas, times e organizações a gerar valor por meio de soluções adaptativas para problemas complexos”. (Schwaber & Sutherland, 2020)
De acordo com o Scrum Guide (2020), os três pilares do Scrum definem-se como:
- Transparência: os processos e o trabalho devem ser visíveis para quem executa e para quem recebe o trabalho.
- Inspeção: os artefatos e o progresso necessitam de inspeção constante, dessa forma, é possível verificar variações e problemas.
- Adaptação: em casos de desvio dos limites ou o produto não for aceitável deve-se focar nos ajustes necessários, de forma a minimizar desvios.
O sucesso da aplicação do Scrum está associado à evolução das pessoas dentro dos seus valores.
O time Scrum deve buscar os objetivos sem se esquecer do apoio coletivo, do respeito e do engajamento.
Uma estrutura simples e funcional
Time, eventos e artefatos: a orquestração entre esses três elementos define a operacionalização do Scrum.
O Scrum Team é formado por um Scrum Master, um Product Owner e os Developers, sem hierarquização. Os eventos (Sprint, Sprint Planning, Daily Scrum, Sprint Review e Sprint Retrospective) e os artefatos (Product Backlog, Sprint Backlog e Incremento) são desenvolvidos e acompanhados pelo Scrum Team.
Na imagem a seguir, vemos a integração de todas essas partes, e como o processo acontece efetivamente.
Com tempos determinados – chamado de timebox – os eventos são conduzidos. A proposta é que esses processos ocorram em blocos temporais pré-acordados, de forma a garantir constância e produtividade.
O time
Segundo o Scrum Guide (2020), o Scrum Team contempla 3 papéis que são definidos como:
- Developers: responsáveis pelo desenvolvimento de incrementos a cada Sprint. Cabe aos developers a elaboração do Sprint Backlog.
- Product Owner: tem a responsabilidade de maximização do valor do produto, que é desenvolvido pelo Scrum Team. O gerenciamento do Product Backlog também é sua responsabilidade.
- Scrum Master: tem a grande responsabilidade de estabelecer o Scrum de acordo com seu guia, promovendo o entendimento das teorias e práticas do Scrum para todos – Scrum Team e organização. As orientações e treinamentos são responsabilidades fundamentais do Scrum Master.
Os eventos
Os eventos – ou cerimônias – são as etapas desenvolvidas pelo time para a evolução do processo. Seguindo seus tempos de execução e propósitos, são definidas da seguinte forma (Scrum Guide, 2020):
- Sprint: conhecida como o “coração do Scrum”, são eventos fixos de um mês ou menos, para transformação de ideias em valor.
- Sprint Planning: lista de atividades a serem realizadas na Sprint, desenvolvida por meio de um trabalho colaborativo do Scrum Team.
- Daily Scrum: realizado diariamente pelos Developers, para verificação do progresso em busca da Meta da Sprint (evento time-boxed de 15 minutos). Nesse momento também é verificada a necessidade de adaptação no Sprint Backlog para o próximo trabalho planejado.
- Sprint Review: momento de inspecionar o resultado da Sprint e definir adaptações.
- Sprint Retrospective: tem como objetivo buscar maneiras de potencializar a qualidade e eficácia.
Os artefatos
Por fim, chegamos aos artefatos que representam trabalho ou valor. Lembrando os pilares do Scrum, os artefatos propiciarão transparência das informações. (Scrum Guide, 2020).
Dessa forma, os artefatos dividem-se em:
- Product Backlog: Meta do produto – lista do que é necessário melhorar no produto.
- Sprint Backlog: Meta da Sprint – itens do Product Backlog que serão desenvolvidos na Sprint, para entrega do incremento.
- Incremento: Definição de Pronto – a cada incremento é desenvolvida mais uma etapa em direção a Meta do Produto.
Desafios de implementação
Com tudo aparentemente tão simples e direto, por que falamos em desafio? Assim como qualquer metodologia, prática ou framework, o Scrum depende de pessoas. É o comprometimento do time que levará ao sucesso da implementação. Assim, antes mesmo de estruturar todos os pontos citados até aqui, é necessária a conscientização das pessoas que estarão envolvidas nessas mudanças. O conhecimento (e internalização) coletivo dos valores e detalhes da operacionalização do Scrum são o “passo zero” para sua adoção.
Além disso, o conhecimento deve ir além. Para que tudo flua, são necessárias ferramentas tecnológicas e outras metodologias e técnicas de apoio. Deve-se investir em treinamentos e arquitetura de suporte para o time.
Outro ponto importante é poder contar com um profissional que gerencie esse momento de transição. Muitas empresas optam pela intervenção por meio da figura do Agile Coach. Ele orientará o treinamento dos times, para adequação a essa nova realidade ágil, prezando pelos resultados efetivos.
Assim, se você está pensando em implementar o Scrum em seu time considere a seguinte premissa: um time ágil requer um mindset ágil!