Você já pensou em anunciar sua marca, produto ou serviço sem parecer que está de fato anunciando algo?
Seria fazer uma propaganda sem parecer uma propaganda, inovando na forma de chamar a atenção e cativar seu público-alvo, seu consumidor, sem que para isso se utilize dos mecanismos tradicionais do marketing.
O que me faz lembrar de uma frase de Sun Tzu, em A Arte da Guerra: “Seja tão sutil que você seja invisível… Então você controlará o destino de seus rivais.”
Não ser convencional é uma estratégia. Aliás, o marketing não é óbvio, e isso, por si, já é estratégico.
E a pergunta é: qual é o impacto do marketing invisível?
Bora entender o que significa e sua aplicação e qual é esse impacto! Continue a leitura.
Entenda mais o que é e como utilizar essa estratégia
O que é marketing invisível?
Marketing invisível, também conhecido como marketing oculto, trata-se de uma ação estratégica do marketing digital, cujo propósito é conquistar a atenção dos consumidores sobre uma marca, um produto ou serviço, sem propagandear e ainda assim obter êxito.
“O conceito de Marketing Invisível parte do princípio básico de que absolutamente tudo o que a empresa faz é marketing, uma vez que a qualidade do atendimento, dos serviços ou produtos e de todo o contato que o cliente tem com a marca impacta a sua decisão pela compra, bem como a sua fidelização.
Para aplicá-lo, é preciso pensar de forma mais ampla do que o Marketing convencional, entendendo que não são somente propagandas e posts que anunciam a marca.
Por isso, todas as ações da empresa, e em especial as do time de Marketing, precisam: Garantir uma experiência; ter como base a conversação entre as pessoas; desenvolver-se de forma aspiracional.” (Inovação Sebrae)
Mas, como em tudo na vida e nos negócios, há quem julgue o marketing invisível maravilhoso, incrível, e há quem considere negativo, errado, antiético e por aí vai.
Porque consideram o poder de influência como algo negativo. E também é levada em consideração a ética dos profissionais.
Marketing é a ciência e a arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer as necessidades de um mercado-alvo com lucro. Como ensina Philip Kotler, o teórico mais renomado da área, considerado o “pai do marketing”.
O marketing invisível não significa dizer que não tem um rosto, afinal, as pessoas querem e gostam de se conectar com humanos. Olhando por este viés, quanto mais humana for a sua estratégia, maior engajamento você obterá. O invisível é intuitivo.
O público deve entender o valor central do seu negócio, as pessoas gostam de comprar um bom negócio, não dispensam transparência, confiança, segurança, pertencimento. Elementos que geram interesse e as deixam menos hesitantes.
Respeitando-se o público e mantendo-se a ética, a técnica do invisível entremeia conceitos do que se pretende divulgar em formatos que não pareçam ser uma propaganda convencional, incrementando a jornada do cliente.
Pessoas conhecidas como ‘celebridades’ são geralmente contratadas com o intuito de valorizar a marca, sua qualidade, entre outros atributos.
Um caminho para aplicar essa estratégia é utilizar cenas de novela, filmes, séries e até em desenhos, em reality shows, vídeos no YouTube, em Reels e outros meios de comunicação para colocar “despretensiosamente” os objetos de anúncio em lugares estratégicos, para chamar a atenção do público.
Em todas essas situações, as pessoas aparecem manuseando ou falando a respeito daquilo que a empresa deseja divulgar, como se fossem de fato consumidores.
Portanto, mesmo não querendo ser visto em primeiro plano, o produto/serviço ou marca quer ser notado, porque está ali, de modo silencioso e calculado.
As pessoas dão uma resposta emocional aos gatilhos do marketing, o desejo de adquirir é impulsionado pelos princípios da economia comportamental.
Ou seja, quando as pessoas decidem com base em hábitos, experiências, regras, modelos comportamentais etc. Estes são efeitos de fatores psicossociais, cognitivos, emocionais e até econômicos.
Fonte: Google Imagens | Exemplos de objetos de anúncio em lugares estratégicos
“Atualmente as propagandas estão em constante mudança, mas é certo de que as pessoas sempre buscam informações com pessoas de confiança quando vão comprar um produto desconhecido, e é por aí que começa aparecer o marketing invisível.” (Lima et al.)
Quer ver outra sutileza do marketing invisível?
Na Copa do Mundo de 2010, o jogador da nossa seleção Luiz Fabiano, ao fazer um gol, comemorou muito, de uma forma que embora parecesse patriotismo, foi na verdade um gesto que fez num comercial da Brahma – com simples batidas no peito com o punho fechado. O gesto de ser brahmeiro.
<<https://www.youtube.com/watch?v=ERvlmZ8e2GE>>
Como aplicar a técnica?
Considerando-se que as pessoas estão um pouco saturadas de mais do mesmo, foi preciso inovar. Elas querem otimizar o tempo, e o marketing passou a usar maneiras naturais, divertidas, sutis, discretas de ser influente, sem dizer uma palavra.
Para esta aplicação, é indispensável conhecer seu público, os pontos positivos e negativos do negócio, tudo o que puder saber a respeito do seu alvo, para traçar estratégias apoiadas nesses dados e gerar uma conexão genuína e interativa.
Deve-se mapear as tendências, as emoções captadas do seu público em relação à sua marca, produto ou serviço.
As emoções governam a decisão de compra de mais de 90% dos consumidores, ou seja, a decisão é mais emocional do que racional.
Uma estratégia invisível é considerada econômica, apesar de todo investimento, por não depender de anúncios pagos, premium, por contar mais com o buzz ao focar pontos fortes e competitivos da marca, utilizar veículos estratégicos.
“O marketing invisível é tão sutil que muitas vezes não notamos que por trás dele está uma organização pagando a exposição de determinado produto”. (Silva)
São necessários gatilhos que remetam o público ao ponto focal da sua estratégia. Apontando para a qualidade dos produtos e serviços, gerando confiabilidade e interação.
Deve-se enquadrar a mensagem ao contexto, que cercam a estratégia, influenciando a forma como será recebida a ação. Faça uso do marketing de conteúdo.
E um outro elemento é o combustível que leva o público ao foco, uma estratégia ágil, com velocidade e precisão, simplificando o caminho e eliminando obstáculos, porque essa velocidade influencia e muito a tomada de decisão.
Atrair com base no funil de vendas, com material rico.
A sequência ideal de valores é: primeiro o usuário/cliente/público/consumidor, em seguida os benefícios; e depois o produto ou serviço e a marca. Estabelecendo-se aí uma relação emocional para que o objeto do marketing se venda intuitivamente.
E por que velocidade? Porque as pessoas não são as mesmas de 10 anos atrás. Hoje, elas destinam pouco tempo para se convencerem ou serem convencidas sobre algo.
É uma estratégia complexa, por mais fácil que possa parecer! Por isso o marketing, em todas as suas vertentes, precisa ser cada vez mais estratégico e ágil para conectar-se com os pontos de dor das pessoas e fazer sentido.
Os códigos de ética são mecanismos que garantem informações eficientes de maneira justa. Os principais órgãos que defendem os interesses das agências e consumidores são:
- Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR)
- Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON)
- Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP).
E na Web, como funciona?
A estratégia conta com os mesmos caminhos para funcionar em todos os meios de comunicação. Não basta querer aumentar o tráfego por meio da Web, é indispensável envolver o seu público e se isso não está acontecendo é porque algo não está bem encaixado em sua estratégia. O poder digital explora o boca a boca virtual.
As pessoas estão bem descontentes com a demanda de anúncios que recebem, e ignoram, simplesmente as mensagens, instalam programas que filtram essas informações. É neste ponto que entra o marketing invisível, para fazer diferente.
Você encontra grupos nas redes sociais interagindo sobre dicas, dúvidas, recomendações sobre produtos e serviços, este é um bom caminho para colocar o marketing invisível em prática. É possível interagir com esses grupos com base em conhecimento, verdade e confiança.
Além disso, é possível compartilhar fatos e fotos, vídeos, ações divertidas, envolventes, que promovam engajamento com a persona do seu negócio, de forma amigável, maximizando a visibilidade da marca, disseminando informações. Deve-se ter uma linha estratégica a seguir, para não ferir a credibilidade do processo e principalmente da sua marca.
Concluindo….
O mercado inova-se a cada dia e os experts estão se utilizando de diferentes formas para atrair os consumidores, assim tem sido com a aplicação do marketing invisível, envolvendo o consumidor sem necessariamente ser diretamente visto.
Então, procurando responder aqui qual o impacto do marketing invisível, ele impacta diretamente o comportamento do consumidor, por fatores socioculturais, socioeconômicos, pessoais e psicológicos.
Podemos dizer que impacta o público por meio de boas campanhas, em aumento de vendas, em interação, em resultados positivos. Impacta o engajamento dos consumidores com a marca. E que tudo depende de como é conduzido.
Uma pessoa, um canal, um programa, uma fonte influente, como formadores de opinião, podem enaltecer e elevar uma marca, um produto ou serviço ou arrasar com tudo para os seus seguidores.
Deste modo, tanto pode influenciar pessoas e a partir delas desencadear um processo de interesse ou desinteresse do objeto propagado. Não deve haver discrepâncias entre o anunciado e a realidade, pois isso é o que leva a prejuízo em função do marketing invisível.
Há prós e contras com relação ao marketing invisível. A ferramenta tem causado dúvidas sobre ser uma forma ética ou não de propagar algo.
O principal receio recai sobre o marketing usado de forma negativa, pejorativa, desrespeitosa, mentirosa, sem ética. O limiar da ação inteligente versus o desrespeito. É indispensável ficar atento a isso!
Finalizando, o marketing invisível está muito voltado para o futuro, seguindo as tendências tecnológicas.